Deito me e não permito sequer que alterem o nome daquilo que faço. Chama-se divagar loucamente!
Senão vejamos:
Amanha não me posso esquecer de marcar o dentista para a miúda.
Mas caramba, porque raio fui eu entregar a alma? E agora como faço para recuperar aqueles sentires que faziam de mim a mulher que luta por ti independentemente da “bagagem” que trazes?!
Não interessa, logo resolvo…até porque a amizade é muito dúbia e ainda me pasmo com a relativização com que me presenteiam algumas pessoas, um dia a coisa até funciona mas eis que o que é suposto acontecer a seguir não acontece e os meus segredos recolhem para o meu corpo destemido.
Gritar não resolve nada com os miúdos.
Agora bradava para quem quisesse ouvir que me sinto aborrecida quando os teus deveres não se absorvem pelos meus vazios, não se enquadram na minha falta de “leis”.
A parede do quarto dos rapazes têm se ser pintada.
E como raio consigo estar quieta a ver-te pintar quando tudo o que quero é brincar ao filmes e transformar a minha obrigação num campo de batalha de sons e cores desregradas?!
E as reuniões escolares, os almoços, os banhos, as roupas...
E a espera pelas fodas, pelas manhas de sol perdidas no escuro do quarto, pelos jantares tardios em que me dispo duma personagem e revelo crueldades inconfessáveis…
O peso da palavra semana, a fadiga da duvida…Quis isto? Quero doutra forma?
Ai a espera… por aquele instante supérfluo que nunca me cansa, aonde nunca me entedio e que embebo avidamente na esperança de o reavivar nas insónias exaustas de tanta normalidade!