Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2007

Reinventando…

“Estava tudo decidido. Voltaria para ela assim que o trabalho lho permitisse e apesar da ansiedade que os dominava a certeza do que sentiam aquietava-lhes a alma de forma mansa e serena!
As conversas diárias aconteciam sempre à mesma hora e eram minutos de intenso prazer, antecipações de palavras que diriam olhos nos olhos e que sussurrariam ao ouvido um do outro!
Os preparativos para o ultimo trabalho que ele teria começaram rapidamente e sem saber o porquê sempre que pensava no assunto o peito dela apertava inesperadamente como a prever um revés no futuro alinhavado por ambos. Um dia em particular acordou em desespero…o corpo gelado não parava de tremer e pelo rosto pálido escorriam gotas de suor que a inundaram de dúvidas e temores alucinantes! Nesse instante teve a certeza, algo não batia certo, algo iria correr mal.
Indecisa em relação à postura que devia ter, revelou-lhe de forma discreta o seu pressentimento. Ele riu, e naquele jeito complacente e terno que tanto a encantava reiterou a decisão tomada alentando-a momentaneamente e prometendo-lhe que nada impediria o sonhado reencontro!
E assim se iniciou um novo período na vida dela. Uma fase de silêncio encharcada de sombras que a perseguiam de manha à noite, um sossego arrepiante carregado de escuridão que se prolongou pelos dias sem um vislumbre de noticias!
Um dia chegou a carta. Tudo o que poderia ter corrido mal naquela derradeira escalada acabou por acontecer, ele estava “preso” num hospital e impedido de cumprir a promessa que lhe havia feito!
E assim se passaram os dias seguintes. Um misto de desalento e angústia toldavam os dias dela mas recusava-se a encarar que a sua alma gémea iria sair da sua vida para sempre! Diariamente escrevia-lhe pedindo-lhe que não a afastasse, incentivando-o a lutar, insistindo na crença que tinha nos seus princípios, recordando-lhe os abraços e os beijos por dar…assustando-o possivelmente com aquele gostar intenso, com aquele amor excessivo!
Numa das muitas noites que se seguiram algo estranho aconteceu. Um sonho trouxe-o para junto dela e no meio de abraços angustiantes e beijos sôfregos percebeu-lhe um olhar desesperado por uma conversa dolorosa! Não quis ouvir…debatia-se com o inevitável e preferiu imagina-los deitados, cansados mas saciados, separados mas ligados eternamente!
Nada adiantou. No dia seguinte a este sonho, sem surpresa e sem clemência as palavras acabaram por surgir. Estava incapaz, sentia-se incapaz e desistia de tentar concretizar todos os planos partilhados durante tanto tempo!
Não voltou a saber dele!”
 
 
Hoje algo me fez lembrar esta treta de historia…
Ou
Hoje algo me fez inventar esta treta de historia…
 
música: Massive Attack

Inventado por alexiaa às 21:30
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De pedro alex a 19 de Fevereiro de 2007 às 22:45
Se hoje tivesse o sonho das tuas palavras sentiria pela primeira vez a amargura do pesadelo.
Acordaria prostrado numa tristeza lancinante, de certeza que choraria, levantava-me e embebedava-me com a primeira mistela que aparecesse.
Valem-me os meus sonhos serem reflexos da minha vida e dos meus quereres.
Os meus neurónios “griparam”. Não sei como fugir da revolta que sinto, da violência que me incita a rasgar este texto em bocados pequenos que o tornassem imperceptível para que mais ninguém soubesse o que é o desespero.
Não sei dizer mais…



De alexiaa a 21 de Fevereiro de 2007 às 18:37
Nem precisas...deixa-me dizer eu:
Inauguras uma modalidade nova, sempre que tiver pachorra vou responder:)), é para ver o contador dos comentários subir porque dou muita importancia a essas coisitas:)))))).

Beijo nesses neurónios:)


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