Um dia descobrimos que estamos apaixonados!
A sensação não preciso de explicar ser inexplicável, é um processo matreiro que não dá para evitar, uma espécie de moinha na cabeça que vai assentando aos poucos mas que tem uma dor muito específica e também ela incompreensível
Curiosa é a forma como medimos a intensidade da nossa paixão, nunca temos noção do tamanho dela até ao momento da primeira separação, primeira zanga, primeiro despertar alvoraçado…
E as vezes as coisas terminam. Porque não há reciprocidade, porque alguém morre, porque não têm que ser!
Faz-se o luto, chora-se muito, tenta-se sobreviver a uma dor que achamos na altura impossivel de suportar, que nos extingue, que assumimos eternas!
De repente lembramo-nos do amor que vivemos antes…daquele amor que acabou e que julgamos insubstituível, aquele amor que não vingou e que pensamos não voltar a ter!
E aqui é impossivel não parar de chorar…Afinal podemos ter mais que um grande amor na vida, é possível voltar a sentir incoerências entre o corpo e a cabeça, é viável ter prazer com outra pessoa e criar expectativas de um presente imenso de amor!
E é então aqui também que se torna impossivel compreender a saudade que sinto de ti! É nos dias de maior fé que não explico o cantinho que tens guardado na minha vida, a ilusão dum reencontro que não vai nunca acontecer!
Quando me esforço por te esquecer…apaixono-me numa reinvenção de ultimo recurso. Curioso é que sempre que isso acontece deixo de gostar mais depressa de mim do que de ti, só tu…foste sempre só tu que me fez amar-te amando-me!