Sexta-feira, 3 de Março de 2006

Afinal apeteceu-me “coser” isto…Feminismo, duma ideia redutora a uma mais alargada!

Faltam 5 dias…
No dia 8 de Março comemora-se o dia Internacional da Mulher mas tenho sérias dúvidas quanto ao número de pessoas que se questiona em relação ao significado do mesmo.
O dia foi distinguido em homenagem às operárias de uma fábrica que, nesse mesmo dia do ano de 1857, encetaram uma greve reivindicando melhores condições de trabalho e redução do excesso de carga horária, ocupando as instalações da indústria. Os patrões confrontados com a atitude e em acto de retaliação fecharam as portas da fábrica e atearam fogo na mesma. Como resultado desta atitude cerca de130 mulheres foram queimadas vivas.
Falar neste dia e não focar alguns aspectos do feminismo é praticamente impossível e neste sentido dediquei-me a fazer uma exausta pesquisa que quase me enlouqueceu com uma parafernália de datas e dados desconhecidos.
A pesquisa dita que o feminismo é uma teoria social, uma corrente filosófica e um movimento político. Ao querer perceber melhor esta introdução dei comigo fascinada com a espécie de relação que se estabelece entre o inicio do feminismo e o fenómeno do iluminismo, é algo que para mim faz sentido pois representa o sair duma letargia e a entrada no mundo das decisões partilhadas à custa de muita coragem…fomos iluminadas e a partir daqui e ao longo de um século e meio, esta teoria, corrente e movimento cresceu e expandiu-se de forma a que hoje abranja uma série de visões diferentes sobre o que na realidade constituiu a discriminação contra as mulheres.
Foram anos de avanços e retrocessos, “guerras” por reconhecimento político e profissional, pela conquista do direito ao voto, uma busca pela igualdade que levou muitas vezes a um fundamentalismo inevitável e a más interpretações constantes tanto da parte dos homens como das próprias mulheres. Ao tentarmos encontrar o nosso lugar e sempre inserido num determinado período e sustentado por teorias e discursos de algumas feministas mais empenhadas, criámos ramificações muitas vezes extremistas nas quais radicalmente e em alguns casos se sugeriu que a mulher deveria ocupar o lugar dos homens e deixar de lado a sua feminilidade.
É nesta altura da minha “investigação” que começo a não conseguir ler sem formar uma opinião particular. Dou-me conta que em todo este processo muitas são as mulheres que numa mesma luta têm objectivos diferentes e principalmente perspectivas distintas.
Se durante séculos a função da mulher se limitava ao seu desempenho como mãe, esposa e dona de casa eis que de repente surge a necessidade de adaptação a uma nova realidade, adaptação esta que deixa relegado para um plano secundário o direito de escolha, que é para mim o verdadeiro significado do feminismo!
Não consigo considerar que uma mulher que opte por ficar em casa com os filhos seja marginalizada por essa mesma escolha, não concebo que muitas mulheres considerem o casamento oprimente e depois coabitem em uniões de facto de forma bem mais castrantes que muitas casadas, não permito que em prol duma causa alguém escolha por mim a forma como quero viver a minha vida ou educar os meus filhos!
Ao mesmo tempo é descabido para mim criticar mulheres que ponham a carreira em primeiro lugar, julgar opções menos padronizadas, desdenhar quem não tenha vocação maternal e insinuar a alguém como há-de gerir a sua vida e as suas prioridades.
Sem duvida que o movimento feminista garante hoje a nós mulheres mais igualdade no trabalho, uma forma de coabitar com os homens mais justa e tolerante, mas essencialmente deve permitir-nos o tal direito de escolha que é para mim o verdadeiro desafio do feminismo tanto para os homens como para as mulheres e para o qual ainda sinto existir muitas vezes uma grande falta de sensibilidade.
Perto do dia internacional da mulher é bom lembrar mulheres que perderam a vida, que foram presas, que foram brutalizadas, que ficaram doentes em greves prolongadas de fome, que abdicaram de muito para que hoje outras possam redutoramente dizer: eu não sou feminista, não parto uma unha a mudar um pneu dum carro, limito-me a “mandar” um homem fazê-lo!


Inventado por alexiaa às 01:40
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De mLQsVPvQKzPvMkBdRd a 11 de Junho de 2007 às 07:09
dfgfdhgsd


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